Esse texto é o segundo de um conjunto de artigos que vai explicar todos os acontecimentos no ano da NFL, desde a abertura da Free Agency até o Super Bowl. O objetivo desse glossário é ajudar pessoas que estão descobrindo mais sobre o esporte e tirar dúvidas sobre como é o calendário da Liga. Hoje, iremos falar sobre a pré-temporada e sua importância (…)
Pré-temporada é o nome dado ao período de jogos que antecede a temporada regular de uma liga. No caso da NFL, cada franquia realiza quatro jogos durante o mês de agosto – normalmente contra times de cidades próximas, geograficamente falando – e os resultados de tais partidas não são contados como parte do número de vitórias e derrotas do time. Além do fator distância, outra razão para uma franquia jogar contra a outra é a relação de parceria entre elas – rivais divisionais raramente se enfrentam, devido à forte competição entre os dois, por exemplo. Importante pontuar aqui que são os próprios times que escolhem contra quem querem jogar em agosto – não há nenhuma rotação de calendário como visto durante a temporada regular.
A pré-temporada começa na primeira quinta-feira de agosto com o chamado Jogo do Hall da Fama. É normalmente entre um time da Conferência Americana contra um da Conferência Nacional, porém isso não é regra – vide Las Vegas Raiders @ Jacksonville Jaguars em 2022 – e o confronto é decidido entre a própria liga e o comitê de Hall da Fama do esporte – os motivos das escolhas das duas franquias podem ser muitos, como times em expansão ou que trocaram de cidade e times que tiveram importantes ex-jogadores ou figuras icônicas recentemente adicionados no Hall da Fama.
A principal importância da pré-temporada está na análise de quais jogadores farão parte do elenco final de cada time. Isto é, ao entrar em agosto, cada comissão técnica pode ter, à sua disposição, um máximo de 90 atletas – e tal número precisa ser reduzido para 53 ao final do mês. Diante disso, é notável que aqueles indivíduos que já se destacam na liga há anos e já tem sua vaga firmada raramente jogam muitos minutos – normalmente não mais que dois quartos no total – e utilizam esse tempo para recuperar o ritmo de jogo que pode ter sido perdido durante a longa pausa da intertemporada – sempre importante lembrar que, por mais importantes que os training camps sejam, eles ainda está longe de simular situações reais de jogo, o que torna a pré-temporada essencial para que o corpo desses jogadores volte aos eixos e esteja pronto para a temporada.
Assim, esses quatros jogos são a oportunidade de calouros e veteranos de não tanta fama de se garantirem no elenco final de seus times. Como os treinos são muito mais lentos que um jogo real e são contra seus próprios companheiros de equipe, é em agosto que o técnico e seus assistentes têm a chance de avaliar seus atletas frente à velocidade concreta de um jogo – e contra oponentes também interessados em se mostrar para suas comissões. Logo, é a apresentação desses jogadores para seus coordenadores e fãs.
Falando em fãs, não pense que, só porque um jogo de pré-temporada não conta que os estádios ficam vazios. Muito pelo contrário, muitos torcedores aproveitam os ingressos mais baratos para lotar as arquibancadas e ter uma experiência de um jogo de futebol americano que, às vezes, não é possível viver durante a temporada regular. Sem contar que muitos pacotes de vendas de ingressos para os 16 jogos incluem os confrontos de agosto – e a proximidade geográfica entre as franquias em campo só facilita a encher o lugar.
A pré-temporada é essencial para a construção do elenco que jogará entre setembro e dezembro e é a principal forma da maioria dos jogadores mostraram ao que vieram. É o período de mudanças finais no livro de jogadas e nas estratégias básicas a serem levadas para a temporada, além de ser como um mostruário do talento e da habilidade da maior parte dos atletas da liga.