Encerrada a cerimônia à distância que anunciou os escolhidos do College Footbal para atuarem na NFL, chegou é hora de analisarmos como cada equipe da AFC West se reforçou através do draft para a temporada 2020. Como foram Broncos, Chiefs, Chargers e Raiders nesse processo?

Denver Broncos

Talvez tenha sido um dos maiores vencedores do Draft de 2020. O Broncos foi um dos times que melhor aproveitou a longa e qualificada classe de wide receivers deste Draft. Foram três jogadores escolhidos para a posição e dois deles logo nas primeiras escolhas com Jerry Jeudy. Talvez o melhor WR da classe na posição 15 e KJ Hamler, na escolha 46, recebedor de Penn State, que tem características interessantes para preencher o slot. Os dois são peças muito interessantes para se juntar a Courtland Sutton e melhorar a profundidade na posição.

No segundo dia, Denver também fez boas escolhas com o cornerback de Iowa Michael Ojemudia (77), o center Lloyd Cushenberry dos campeões nacionais LSU Tigers e o defensive tackle de Arkansas McTelvin Agim. A 3ª rodada foi de bom proveito para a equipe do Colorado, escolhendo um corner interessante, que tem qualidade para ser titular ao lado oposto do recém-chegado AJ Bouye, e um jogador de miolo de linha ofensiva com bastante força e que fez parte de uma das melhores unidades do College Football em 2019.

Os late rounds

No terceiro – e último dia – é quando as equipes procuram fazer mais apostas do que fechar buracos no elenco. É o caso do guard escolhido na sexta rodada, Netane Muti, de Fresno State. O jogador é um dos bons nomes disponíveis na posição de interior de linha ofensiva neste Draft. Porém, sofreu com diversas lesões no College, que o impediram de ter sequência de jogo. Caso se mantenha saudável, Muti é um nome a ser desenvolvido a longo prazo para ter uma vaga na linha de Denver.

Ainda no último dia de Draft, Denver selecionou na 4ª rodada o tight end Albert Okwuegbunam (118), o linebacker Justin Strnad (178), o wide receiver Tyrie Cleveland (252), que foi o terceiro recebedor escolhido pelo time este ano, e o edge rusher Derrek Tuszka (254), que fechou a classe da equipe de Colorado.

Nota: Não só o Draft, mas a offseason de maneira geral, colocou o Broncos em posição importante dentro da AFC e credencia a equipe a brigar por playoffs na próxima temporada. O quarterback Drew Lock sem dúvidas foi um dos maiores vencedores desta intertemporada, ganhando o running back Melvin Gordon, duas novas peças na linha ofensiva e dois novos recebedores, incluindo Jeudy que por muitos era o melhor receiver da classe. John Elway acertou em cheio neste ano. A-

Kansas City Chiefs

O atual campeão do Super Bowl LIV na primeira rodada usou a sua pick no Draft para escolher talvez o running back perfeito para o sistema de Andy Reid. Na 32ª escolha geral, os Chiefs escolheram Clyde Edwards-Helaire, produto de LSU. Clyde é um jogador que encaixa rapidamente no esquema do head coach de Kansas City. Corre baixo, tem muita força e qualidade de recebedor. Quando é usado como alvo no jogo aéreo, lembra muito o veterano e recém-aposentado Darren Sproles.

Após isso, Kansas não teve muitas escolhas brilhantes. A equipe junto com o New Orleans Saints era uma das franquias com o menor número de escolhas nesse recrutamento. Com isso, teve na segunda rodada a escolha do linebacker Willie Gay Jr., produto de Mississippi State, que teve uma das melhores atuações na posição pelo Combine. Mas terá que evoluir pontos em seu jogo para chegar e assumir a sua vaga como titular na posição.

Outro nome escolhido ainda no segundo dia foi o offensive tackle Lucas Niang, de TCU, que vem de uma cirurgia no quadril na última temporada e terá que se recuperar. Porém, o jogador pode iniciar seu desenvolvimento na NFL como swing tackle e depois assumir uma condição de mais destaque na linha ofensiva.

O último dia

Nas últimas rodadas, Kansas City teve três escolhas para fechar o Draft com o safety L’Jarius Sneed, de Louisiana Tech, o edge rusher Michael Danna, de Michigan e o cornerback Thakarius Keyes, produto de Tulane. Jogadores que são apostas e nesse momento complementam o elenco para disputar vagas no training camp.

Nota: Faltou levar a posição de cornerback com mais seriedade. A equipe endereçou a posição apenas na 7ª rodada do recrutamento. Apesar da escolha de Edwards-Helaire que promete ainda mais versatilidade no ataque de Andy Reid, no restante, são muitas apostas e ainda restam algumas lacunas que não foram preenchidas. C.

Leia mais: Análise do Draft – AFC South

Los Angeles Chargers

O Chargers tem um elenco recheado de ótimos jogadores e com capacidade para brigar por vaga nos playoffs. A equipe de Los Angeles usou a sexta escolha geral para preparar o futuro, escolhendo o QB Justin Herbert, produto da universidade de Oregon para ser o novo franchise quarterback da franquia.

Herbert tem todos os atributos físicos para ser o jogador líder da franquia pelos próximos anos. Mesmo sendo um dos prospectos mais experientes na posição no Draft deste ano, Herbert ainda tem pontos a melhorar como suas leituras e movimentação dentro do pocket, o que prejudicou o jogador em seus tempos de Oregon com um sistema simplista com leituras rápidas e passes em janelas muito largas, coisa que se vê pouco na NFL.

Subiu!

Ainda na primeira noite, os Chargers negociaram com os Patriots e fizeram um trade up importante para voltar a posição 23 e escolher o LB Kenneth Murray, jogador vindo da universidade de Oklahoma. Murray é um linebacker que também preenche todos os atributos físicos importantes para a posição, mas necessita melhorar leituras no jogo de gap. Esse será o seu maior desafio na transição para a Liga.

Os late rounds

Com as duas primeiras escolhas feitas na 1ª rodada, LA teve de acompanhar dois rounds seguidos apenas da televisão até chegar a escolha 112 e selecionar o running back Joshua Kelley, de UCLA. Uma escolha para preencher o grupo de corredores e mais uma opção para suprir a saída de Melvin Gordon, agora no rival Broncos. Após isso, os Chargers foram de recebedores Joe Reed na 5ª rodada (151) e KJ Hill na 7ª rodada (220), juntando mais peças para a profundidade na posição que já tem ótimos nomes com Keenan Allen e Mike Williams.

O safety Alohi Gilman, produto de Notre Dame escolhido na 6ª rodada (186) tem características parecidas com o titular Derwin James e, se lapidado, pode ser um reserva de um dos grandes jogadores da posição na NFL, mas que teve problemas de lesão na última temporada.

Nota: Os Chargers adicionaram peças que podem ser o futuro da franquia com Justin Herbert e Kenneth Murray liderando a classe. Porém, a equipe negligenciou a necessidade gritante de um OT na linha ofensiva que sofreu ano passado. C+

Las Vegas Raiders

Talvez o reach na primeira rodada possa criar algumas desavenças em relação ao Draft dos Raiders. Mas as escolhas de Jon Gruden e Mike Mayock podem ter sido melhores do que as pessoas imaginam. Explico.

Na primeira rodada e posição 12, os Raiders escolheram o wide receiver Henry Ruggs III, da Universidade de Alabama. Ruggs é um jogador extremamente explosivo que apesar de rápido, ele é uma arma que pode ser muito bem utilizada também em rotas curtas. Ainda precisa ser lapidado alguns pontos de sua árvore de rotas, mas tem qualidade para se desenvolver na Liga. Essa escolha pode levantar muitas questões por Ruggs ter saído antes do companheiro de College Jerry Jeudy, ou até mesmo CeeDee Lamb, mas o jogador é qualificado e pode justificar a sua escolha alta.

Ainda na primeira rodada e apenas sete escolhas depois, uma das maiores surpresas da primeira rodada. A escolha do cornerback Damon Arnette, de Ohio State. Arnette foi visto como um reach com nomes outros nomes disponíveis como Jeff Gladney, que era mais bem avaliado. No entanto, Arnette tem muita qualidade em jogar em press coverage e agilidade para atacar as rotas dos recebedores. No entanto, tem problemas em disputas de rotas longas e isso pode prejudicá-lo entre os pros.

Festa no dia 2

No segundo dia de Draft foram três escolhas dentro do top 100 do recrutamento. Selecionaram o running back Lynn Bowden #80, o wide receiver Bryan Edwards #81 e o linebacker Tanner Muse #100. As duas escolhas de ataque são mais opções para complementar o sistema ofensivo ao redor de Derek Carr, que precisa evoluir com urgência no sistema de Gruden. Além disso, Tanner Muse é um produto de Clemson, que teve experiência atuando como safety no College, mas deve fazer a transição para ser linebacker na NFL, podendo atuar em special teams e em pacotes de nickel e dime na defesa.

Las Vegas fechou o terceiro dia de Draft com apenas duas escolhas na 4ª rodada. Escolheu o guard John Simpson na #109 e o cornerback Amik Robertson, de Louisiana Tech. Os dois são jogadores a serem trabalhados para desenvolvimento. No entanto, Robertson, apesar de baixinho, tem qualidade para atuar como nickel e já fazer barulho em seu ano de calouro.

Nota: B. Os Raiders entraram no Draft com necessidades gritantes nas posições de wide receiver e cornerback e saíram do recrutamento com dois jogadores para cada uma das posições. Com prospectos intrigantes nas escolhas de Henry Ruggs e Damon Arnette, a equipe endereça bem as lacunas do elenco e entra na próxima temporada dando a última chance ao QB Derek Carr, que precisa voltar a ter alto nível. Caso contrário, a sombra de Marcus Mariota e a paciência de Jon Gruden podem tirá-lo de campo.

Maykon Barreto
Paulista, formado em jornalismo e torcedor fanático/sofredor pelo New Orleans Saints. No twitter, criou a página Saints Nation BR e tenta de alguma forma criar conteúdo sobre o esporte que conheceu em uma tarde solitária na véspera de Natal.

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