O Kansas City Chiefs foi campeão da NFL. A vitória por 31-20 sobre o San Francisco 49ers marcou o segundo título da franquia em um Super Bowl que entregou tudo o que esperávamos e um pouco mais. Existem várias maneiras de analisar um jogo, mas, como, na minha concepção, o seu enredo decorreu sem grandes surpresas, gostaria de destacar 5 pontos sobre este jogo e o que ele significou.
O ataque do Kansas City Chiefs
Patrick Mahomes, Andy Reid e este ataque poderoso ilustram perfeitamente o grande benefício de um ataque explosivo. Na atual temporada, a equipe de Kansas City teve uma campanha de 5 vitórias e 0 derrotas em jogos que esteve perdendo por pelo menos 10 pontos. Incluindo 3 vitórias consecutivas nos playoffs neste cenário. Quando se tem Mahomes e Reid comandando o seu ataque, a margem de erro é maior e fica bem mais fácil superar começos ruins. Apenas uma equipe com estas características é capaz de vencer 3 jogos de playoffs consecutivos onde esteve atrás no placar por, no mínimo, 10 pontos
A primeira interceptação foi o grande erro dele, já a segunda nem tanto. Lançou a bola um pouco atrás para fazer com que Hill virasse pra agarrá-la, pois tinha um defensor babando pra “apagá-lo”, mas 21 pontos no último período falam por si só. Mesmo enfrentando uma defesa de elite performando neste nível, Mahomes foi decisivo, teve compostura e na jogada decisiva. Naquela terceira pra 15, a proteção veio e o QB dos Chiefs achou Hill livre no fundo do campo. Logo em seguida KC anotou um TD, deixando o jogo 20-17 e em aberto.
Kyle Shanahan
Kyle Shanahan cometeu erros, mas a culpa da derrota não passa por ele. Na minha visão o maior erro foi não pedir um tempo na quarta descida com um pouco menos de 2 minutos no relógio, antes do fim do primeiro tempo. Essa escolha mostra também qual era a visão do 49ers sobre o jogo. San Francisco jogou bem, conteve Mahomes o suficiente para terem uma chance e foi isso que aconteceu. Faltando 7 minutos, se Shanahan apostasse apenas em queimar cronômetro acabaria devolvendo a bola para os Chiefs bem rapidamente.
No final das contas, Garoppolo teve a bola pra conduzir a campanha da vitória. Esta começou muito bem com uma primeira descida após uma corrida do Mostert. Algumas jogadas depois, numa terceira pra 10 no meio do campo, Sanders estava livre a caminho da endzone e um overthrow impediu a conexão. É duro resumir a história de um jogo a uma jogada, mas as vezes aquilo que é esperado acaba acontecendo. O temor do lado do 49ers era se Garoppolo conseguiria ser consistente em momentos cruciais. Em boa parte do jogo ele foi, mas com a ajuda imensurável do play action. Quando foi dropback sem tanta ameaça do jogo terrestre, ele não entregou e provavelmente repassará aquela jogada na sua mente por um longo tempo.
Equilíbrio da partida
O jogo foi equilibrado e embora existam explicações lógicas para a vitória de Kansas City. Não seria justo com San Francisco criar narrativas apontando por quê os 49ers não poderiam ganhar esse Super Bowl. Foi por pouco. Aquela interferência de passe ofensiva poderia não ter sido chamada como já aconteceu inúmeras vezes, e se Williams não cruza o plano de gol, Garoppolo poderia ter acertado aquele passe. Todas essas coisas poderiam ter acontecido de forma diferente e mudariam a história do jogo. Não existe o “se” no esporte, mas em jogos com tantos “se”, qualquer time poderia ter vencido.
O que esperar do 49ers?
San Francisco tem um ótimo núcleo, um ótimo treinador, mas os Rams também tinham. Situações diferentes. Acho que os 49ers voltam pros playoffs no ano que vem, porém dentro da NFC West nada é garantido. Russel Wilson é um mágico e nunca teve uma campanha negativa. O Rams está em uma situação delicada, mas com um futuro incerto e a mudança pro seu novo estádio o modo all in está ligado. Kyler Murray superou todas as expectativas em 2019 e Arizona tem tudo pra adicionar mais talento.
A responsabilidade do Garoppolo
Sem reações desproporcionais, Garoppolo não conseguiu a vitória, mas ele é um franchise quarterback. Foi bem este ano e embora seja o time derrotado hoje, o 49ers superou as outras 30 equipes da NFL. A situação poderia ter sido muito pior e não dá pra sair atrás de um Mahomes ou de um Russell Wilson, eles são raridade. Vida que segue e o futuro é promissor.
Baita texto…discordo um pouco sobre o Shanahan, acho que ele controlou mal o relogio e chamou mal as jogadas do 4/4, ma de resto concordo com tudo.
Obviamente ele teve sua parte da culpa, mas vendo algumas jogadas de passe que ele chamou no quarto período, vejo erros de leitura e de precisão do Garoppolo. Até que ponto posso culpar o treinador em jogadas aonde o recebedor estava livre. Obrigado pelo comentário, estamos sempre disponíveis para debater.